Mas quem foi o homem que tanto mexeu com os corações? Os políticos o chamariam de um animal político. Os educadores, o mestre. Os antropólogos, seu guia. As minorias, principalmente a negra, a índia e a criança, seu pai. Darcy Ribeiro foi na verdade uma sumidade, não aquela das elites, mas do povão, daquilo que na essência se chama Brasil. Perseguido e cassado pela ditadura, marginalizado pelas elites, desde a juventude, quando demonstrou seu gosto de povo, Darcy não se apoquentou. Foi adiante. Antes de ser cassado, em 1964, por ter querido resistir com João Goulart, já tinha sido ministro da Educação e Chefe da Casa Civil daquele último Presidente Popular que o Brasil teve.
Cassado e proibido de entrar no Brasil, juntamente com Brizola , foi prestar seus serviços ao povo do Uruguai, Peru e Chile. No Peru, foi assessor do Presidente Alvarado, no Chile, do Presidente Salvador Allende. Depois era requisitado, para juntamente com Oscar Niemeyer, projetar a nova Universidade da Argèlia. De volta ao Brasil, em 1978, para extrair um pulmão canceroso, ele ajudou no movimento pela anistia política.
Em 1982, elegia-se vice-governador na chapa de Leonel Brizola. Logo se transformaria no secretário de Educação do novo governo popular e, com o apoio total de Brizola, fazia o Sambódromo, os CIEPs, as bibliotecas públicas e agitava a vida cultural do Estado. Candidato a governador em 1986, foi derrotado pela direita. Em 1990, elege-se senador e chamado novamente para Secretário por Brizola, que ganhara o segundo mandato de governador do Rio, foi completar a obra dos 500 CIEPs. No Senado, fez a LDB e uma dezena de outros projetos. No final da vida, projetou a Universidade Virtual e o Projeto Caboclo